O fenômeno CommTech, a consultoria, a diversidade e a empatia na liderança: novos fatores a serem considerados na gestão da comunicação na América Latina

Monitor de Comunicação da América Latina (LCM): 10 anos de pesquisa científica para o desenvolvimento da profissão na região e sua posição no mundo.

11 diciembre, 2023
Agora Disponível - LCM 2022-2023

O Monitor de Comunicação da América Latina (LCM) é o estudo científico mais prestigiado na América Latina sobre comunicação estratégica e relações públicas. Na edição de 2022-2023, intitulada ‘Comunicação Estratégica e Relações Públicas na América Latina: Diversidade e Liderança Empática, CommTech e Consultoria‘, 1.134 profissionais de 20 países contribuíram, proporcionando uma visão abrangente da profissão na região. Os resultados do LCM identificaram 10 tendências-chave que serão foco de discussões no campo da comunicação estratégica e relações públicas no próximo ano de 2024.

Essas tendências fornecem uma perspectiva valiosa sobre o estado atual e futuro do setor.

  1. Ações relacionadas à diversidade, equidade e inclusão (DEI) fortalecem a confiança das partes interessadas.
  2. A liderança empática aumenta o engajamento, melhora a saúde mental e reduz a rotatividade.
  3. A digitalização (CommTech) terá um impacto transformador na profissão e nos métodos de trabalho.
  4. Os benefícios do uso do CommTech de maneiras diversas superam amplamente seus potenciais inconvenientes e riscos.
  5. A consultoria externa em comunicação representa metade da atividade e torna-se mais relevante, diversificada e complexa.
  6. O fortalecimento do papel consultivo da comunicação é uma questão-chave para a profissão.
  7. A necessidade de conectar estratégias organizacionais com a comunicação aprofunda-se.
  8. Sustentabilidade permanece fora das cinco principais prioridades na gestão da comunicação.
  9. As mulheres ganham menos: a disparidade salarial de gênero continua sendo um desafio na profissão.
  10. A busca pela excelência em comunicação é um vetor crescente de competitividade para o setor.

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PRINCIPAIS RESULTADOS DO LCM 2022-2023

Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) são desafios significativos para a profissão.

Enquanto mais de 50% dos profissionais participam de discussões globais sobre Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) e consideram isso um tema altamente debatido na profissão em nível nacional, apenas 20% o posicionam como uma das questões estratégicas-chave para os próximos três anos. As discussões sobre DEI são mais intensas para cargos executivos (60%) e mais proeminentes em países como Brasil, Porto Rico e Chile, enquanto são menos relevantes na Venezuela, Peru e República Dominicana. Empresas de capital aberto e consultorias/agências mostram um maior interesse em DEI em comparação com o setor público. Mais de 80% dos profissionais enfatizam que ações relacionadas a DEI e a consistência entre palavras e atos sobre o tema são cruciais para manter a confiança de partes interessadas internas e externas. Outro resultado relevante é que apenas 36% dos participantes do estudo afirmam que os departamentos de comunicação são principalmente responsáveis pelas iniciativas de DEI, e 62% afirmaram colaborar com outros departamentos (como recursos humanos) nessa questão. Quarenta e oito por cento consideram ser responsabilidade máxima do departamento avaliar e aprimorar planos e conteúdos sobre DEI, seguido por 47% para desenvolver planos de comunicação sobre o tema. Diferenças significativas de gênero, idade, status socioeconômico e opiniões políticas impactam as percepções de DEI em diferentes tipos de organizações.

 

A liderança empática aumenta o engajamento, melhora a saúde mental e reduz a rotatividade de funcionários.

Oitenta e um por cento das pessoas pesquisadas experimentaram empatia de seus líderes, com 77% observando um aumento no último ano. Expressões-chave de empatia incluem: atenção e escuta (80%), preocupação com o bem-estar dos outros e demonstração de sensibilidade e compreensão (79%), e identificação das forças e limitações dos membros da equipe (79%). Consultorias e agências têm líderes com níveis mais elevados de empatia. Apesar disso, 30% planejam trocar de emprego. Em relação à saúde mental, 72% duvidam da importância de seu trabalho, mas 56% se sentem usados, embora 86% acreditem que podem resolver problemas. Aqueles que trabalham em consultorias e agências exibem maior comprometimento, melhor saúde mental e menos rotatividade de empregos. Profissionais do sexo masculino mostram maior comprometimento e engajamento no trabalho, enquanto profissionais mais jovens estão menos satisfeitos e têm maiores intenções de trocar de emprego. Em conclusão, a liderança empática aprimora o engajamento e a saúde mental na gestão da comunicação, o que pode ter um impacto positivo em vários aspectos sociais.

CommTech: Uma tendência menos debatida e aplicada que mudará a profissão.

O estudo mostra que apenas 30% dos profissionais de comunicação na América Latina acompanham de perto o debate sobre CommTech. No entanto, entre 65% e 70% acreditam em seu impacto transformador na profissão e nos métodos de trabalho. Enquanto 80% dos entrevistados destacam os benefícios do CommTech, aproximadamente um terço vê desvantagens na comunicação com partes interessadas e nos processos de fluxo de trabalho. Apenas 11% dos departamentos de comunicação e agências adotaram totalmente o CommTech. Os desafios de adoção residem em deficiências organizacionais, como barreiras estruturais (47%) e tarefas/processos de comunicação despreparados para a digitalização (46%). Para avançar, é necessária a colaboração de todas as partes, incluindo associações profissionais, departamentos de comunicação, agências e profissionais. Ideias criativas e estratégias motivadoras são necessárias para acelerar a digitalização no campo da comunicação.

A consultoria externa está se tornando cada vez mais relevante, diversificada e complexa.

A maioria dos profissionais de comunicação na América Latina percebe um aumento na necessidade de consultoria externa em comunicação com partes interessadas (73%) e na estrutura e processos de comunicação organizacional (70%). Ao mesmo tempo, 76% veem a indústria de consultoria se tornando mais diversificada e complexa, com 61% afirmando que garantir a qualidade da consultoria externa é mais desafiador. Em relação aos desafios, a fraca governança, liderança ou processos internos (52%) se destacam na fase inicial, e a falta de pessoas competentes e conhecimento (56%). Sobre a dimensão mais importante para garantir a qualidade dos processos de consultoria, 94% mencionam o nível de competências desenvolvidas, seguido por um espírito positivo durante o processo (93%). A maioria (87%) apoia a ideia de padrões de qualidade para consultoria de comunicação, com 89% endossando padrões para que os clientes valorizem e garantam a consultoria. No entanto, há menos apoio (14%) entre organizações sem fins lucrativos. Existe um consenso relativo sobre a necessidade de definir padrões de qualidade na América Latina, com Uruguai e Panamá mostrando menos concordância.

A função consultiva da comunicação e sua alinhamento com os objetivos organizacionais são questões estratégicas-chave na gestão.

“Fortalecer o papel da função de comunicação para apoiar decisões de alto nível” lidera com 42%, subindo da quarta posição na edição anterior. “Conectar estratégias organizacionais com comunicação” passa para o segundo lugar (38%). Outros tópicos no top cinco incluem “lidar com a velocidade e volume do fluxo de informações” (34%), “usar big data e/ou algoritmos para comunicação” (33%, com maior relevância em empresas) e “explorar novas formas de criação e distribuição de conteúdo” (29%). “Abordar o desenvolvimento sustentável e a responsabilidade social” fica para trás, especialmente para organizações governamentais, apesar da emergência climática e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Tópicos como a digitalização dos processos de comunicação (21%), diversidade, equidade e inclusão (15%) e trabalho remoto (13%) são considerados menos relevantes. A baixa prioridade dada ao trabalho remoto pode ser devido à sua ampla implementação na era pós-pandemia. Atualmente, dois terços dos profissionais trabalham regularmente remotamente, impulsionando o uso de ferramentas digitais como mensagens instantâneas (91%) e videoconferências (73%), embora as práticas variem na América Latina.

A disparidade salarial de gênero persiste, refletindo menores ganhos para as mulheres.

Em relação aos salários dos profissionais de comunicação na América Latina, observa-se que 73% ganham menos de 30 mil dólares anualmente, enquanto 18% recebem até 60 mil dólares. Embora, em comparação com a Europa, onde apenas 22% ganham até 30 mil dólares, a análise da nova edição revela um aumento nos Diretores de Comunicação (Dircoms) que ganham entre 30 e 60 mil dólares anualmente (4% a mais do que o ano anterior). Embora os cargos gerenciais na região ganhem mais do que em 2020-2021, as faixas salariais de 100 a 200 mil diminuíram entre 0,2% e 0,7%. A análise por tipo de organização mostra níveis salariais elevados em geral, com Porto Rico (com uma economia dolarizada) tendo a melhor distribuição salarial. Em relação às diferenças de gênero, as mulheres ocupam 65% dos cargos gerenciais que ganham menos de 30 mil dólares, enquanto os homens na mesma faixa salarial representam 52%.

Apenas 2 em cada 10 departamentos de comunicação estratégica e relações públicas são excelentes.

Cerca de 80% dos departamentos de comunicação não alcançam níveis de excelência, o que significa que apenas 23% cumprem de forma ideal tanto as funções executivas quanto consultivas, desempenhando-se competitivamente em comparação com outras organizações. Essa constatação é consistente com edições anteriores na América Latina e em outras regiões. Os departamentos excelentes enfatizam a comunicação de iniciativas de diversidade, equidade e inclusão, abordam proativamente seu impacto e têm maior responsabilidade no desenvolvimento de políticas associadas. Aqueles que lideram esses departamentos demonstram um comprometimento mais elevado e uma liderança empática, refletidos no bem-estar de suas equipes, reduzindo a probabilidade de resignações. Em termos de transformação digital, os departamentos excelentes lideram a inovação e a adoção precoce de tecnologia de comunicação, enfrentando menos desafios na implementação. Além disso, o trabalho flexível e remoto, juntamente com o uso de ferramentas de colaboração digital, estão mais enraizados nesses departamentos.

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Sobre el LCM

El Latin American Communication Monitor (LCM) tiene por objetivo contribuir al desarrollo disciplinar y profesional en COMUNICACIÓN ESTRATÉGICA Y RELACIONES PÚBLICAS, evaluando las tendencias y cambios que se están produciendo. Desde 2013, la investigación ha visibilizado sistemáticamente la función de los comunicadores de habla hispana y portuguesa en el mundo, empoderando así a los profesionales dentro de sus organizaciones, al igual que a las asociaciones del sector dentro de su entorno social. Cumpliendo con los más altos estándares académicos, una red de investigadores de las 26 más prestigiosas universidades configura el marco del estudio sobre teorías y resultados de investigaciones científicas internacionales de primer nivel.

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GLOBAL COMMUNICATION MONITOR

Esta investigación junto al European Communication Monitor, el Asia - Pacific Communication Monitor y el North American Communication Monitor conforman el Global Communication Monitor que dirige el Prof. Dr. Ansgar Zerfass (Leipzig University, Alemania): el mayor y más prestigioso estudio mundial, con 15 años de antigüedad, resultados de más de 80 países y 30 mil profesionales participantes.